Entre os dentes a faca
Afia a alma nos
amolares
Da faina sob os fardos
De esperanças raras.
Àh, os sorrisos
bailantes
Dos jovens idealistas
Nas passeatas de antes,
Nas trincheiras das
ruas,
Nos pátios e praças
Onde as liberdades se encontram.
Nos pátios e praças
Onde as liberdades se encontram.
Eis que os ossos
Da terra profunda clamam
A palavra “vida”
A carne do tempo
perdido.
Entre o esquecimento de
agora
E o altar do futuro
Um rio de sonhos
No deserto de silêncios
evapora.
Nem tudo, em fim, é
tristeza e dor
Sendo fértil o coração
Uma semente há de
resistir
Aquela que eternamente
frutifica em amor.
frutifica em amor.