quinta-feira, 19 de março de 2020

Virus covarde e vil














Não, eu não sou o inimigo
Não vim para destruir o mundo
Eu estou aqui como um atalaia
Ouçam minha voz
E apenas parem.
Parem de querer alcançar as estrelas
Olhem para o céu sem ambição de conquistá-lo
Sorvam pelos olhos seus encantos e grandeza
Alegrem-se com a glória deste jardim que é a terra
Mas, deixem em paz o universo.
Parem de posar como deuses imortais
Vocês são apenas seres humanos,
Tão efêmeros como os seus extintos ancestrais.
Não é acaso a transitoriedade da vida,
É uma determinação sábia e perpétua
A eternidade não é para os homens
Respeitem o nosso habitat, nosso lar, este planeta
 É ele a nossa única casa,
É ele que acolhe e sustenta a nossa existência.
Parem e olhem ao seu redor,
Eu lhes peço humildemente.
Veja como queimam as florestas,
Como morrem entulhadas de lixo as nascentes,
Como sufoca o ar contaminado pela poluição.
Parem agora, eu os alerto.
Aposentem suas máquinas de guerra
Desmontem suas fábricas de fome
Desacelerem o tempo
Ouçam o murmúrio da chuva
Os gritos lancinantes
Das plantas, dos rios,
Dos mares, das aves,
Das abelhas e das manadas
Que agonizam envenenadas.
Não, eu não sou o inimigo que vocês pensam,
A vida de todos está em perigo
Por isso eu estou aqui.
Sim, sou a mensagem e o mensageiro,
Vim para avisar e salvar
O que de bom em vocês e no planeta.
Ouçam-me com cuidado,
Parem agora este vírus covarde e vil,
Que tomou a forma do homem
Para extinguir a humanidade.


Virus cobarde y vil


 No soy el enemigo
No vine a destruir el mundo
Estoy aqui como vigilante
Escucha mi voz y solo detente.
Deja de querer alcanzar las estrellas
Mira el cielo sin ambición para conquistarlo
Sorbe sus encantos y grandeza a través de sus ojos
Regocíjate en este jardín que es la tierra
Pero, deja el universo solo.
Deja de posar como dioses inmortales
Ustedes son solo seres humanos,
Tan efímero como sus ancestros extintos.
No es casualidad la fugacidad de la vida,
Es una determinación sabia y perpetua.
La eternidad no es para hombres
Respeta nuestro hábitat, nuestro hogar, este planeta
Él es nuestro único hogar.
Él que da la bienvenida 
Y sostiene nuestra existencia.
Detente y mira a tu alrededor
Yo humildemente te dijo,
Mira cómo arden los bosques,
Mientras las fuentes mueren llenas de basura,
Cómo sofoca el aire contaminado 
Por el humo de la codicia y la ambinción
Detente ahora, te lo advierto.
Retira tus máquinas de guerra
Desmantela tus fábricas de hambre
Ralentiza el tiempo
Escucha el murmullo de la lluvia
Los gritos penetrantes
De plantas, de ríos,
De los mares, de los pájaros,
Abejas y rebaños
Quien agoniza envenenados.
No, no soy el enemigo que piensas,
La vida de todos está en peligro.
Por eso estoy aquí.
Sí, soy el mensaje y el mensajero.
Vine a advertir y salvar
Lo bueno que aún está en ti
Y lo que queda del planeta.
Escúchame atentamente
Detenga este virus cobarde y vil ahora,
Que tomó la forma de hombre
Para extinguir a tu humanidad.

sexta-feira, 13 de março de 2020

Enfermidade



Eu admito, contrito pela vergonha,
Sim, tenho escrito versos amargos
Bem sei que são travosas as minhas rimas
Quem sabe me perdoe a Musa e os escassos leitores?
É que desaprendi a receita da doçura
Esqueci como se escreve
todas as brandas palavras
Da balança da inocência perdi os pesos
E as frases românticas se azedaram
antes de chegar a hora
E já não servem mais na minha forma poética
As ingênuas paráfrases de antigamente
É que o 'eu lírico' deste velho poeta
Contraiu Alzheimer de carinhos
Não se lembra mais do que é estar apaixonado
E os seus olhos cansados
Estão agora míopes de solidão
Já não enxergam a luz da felicidade.

.

Enfermedades


Lo admito, contrito por la vergüenza
Sí, he escrito versos amargos
Sé que mis rimas son dolorosas
¿Quizas, puedo perdonarme la Musa y los pocos lectores?
Es que desaprendí la receta de la dulzura
Olvidé cómo deletrear
todas las palabras suaves
Perdí los pesos de la báscula de la inocencia
Y las frases románticas se agriaron
antes de que llegue el momento
Y ya no sirven en mi forma poética
Las paráfrasis ingenuas de antaño
Es que lo "yo lírico" de este viejo poeta
Contrajo Alzheimer de afectos
Ya no recuerdo lo que es estar enamorado
Y tus ojos cansados
Ahora son miopes en la oscura soledad
Ya no ven la luz de la felicidad.

Sinais

A manhã nasceu com cara de quarta-feira de cinzas em fevereiro. Mas, já era novembro no calendário. O silêncio invadindo a casa toda prenuncia o tsunami de solidão. Guimbas de cigarro fossilizadas no cinzeiro são sinais pré-históricos da sua existência passageira. No chão, garrafas sedentas e taças desérticas compõem a paisagem contemporânea. Do que foi a vida ontem, sobrartam esses hieróglifos pré diluviano de despedida e amor extinto. E, esquecida no banheiro, uma velha escova de dentes, inútil agora que já não está.

Señales


La mañana nació con la cara del un miércoles de ceniza en febrero. Pero, ya era noviembre en el calendario. El silencio que invade toda la casa presagia el tsunami de la soledad. Las colillas de cigarrillo fosilizadas en el cenicero son signos prehistóricos de su existencia pasajera. En el suelo, botellas secas y vasos sedientos conforman el paisaje contemporáneo. De cómo era la vida ayer, solo quedaron estos jeroglíficos de despedida al amor extinto. Y, en el baño, olvidado,un viejo cepillo de dientes, inutil ahora que ya no es.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Além da janela

Todo corpo é vasto mistério
Visões idílicas e abismos
Todo ser é mistério
Descobertas e saberes
Toda vida é cosmos
Universos distantes
Sombras noturnas
Amanheceres oníricos
Toda dor é cume
É fosso e túmulo
Todo riso é espelho
É renascer e brilho
Tal amor em nós é ventre
É seio que amamenta
Tal alegria é fonte
É oásis e abrigo
Em você todo o princípio
Um universo inteiro
Em mim o caminho
O meio e o fim
Além da nossa janela
O nada resta contido.

O próximo livro do escritor e poeta Antonio P. Pacheco já está no prelo. O autor foi contemplado pelo edital Paulo Gustavo da Secretaria d...