O peso de ser nada
No pensamento
E no coração de
alguém amado
Equivale à pena de ser
aço
Em uma âncora perdida
Num deserto
De ondas petrificadas.
Queira a alma do
navegante
O abraço afetuoso
Dos ventos cálidos de
agosto
E a brisa sedutora de
seu hálito.
Inútil é sonhar
alegrias
Com o coração em
pedaços.
Da confiança rompem-se
os cordames
E já o amor naufraga
Bem antes do primeiro
beijo
No porto frágil de
esperança.
O que há de consolo
neste molhe
É aquela vaga
lembrança
O sutil toque de mãos
Num incidente casual
De quem na vida
Anda sempre na
contramão
Da arisca felicidade.