segunda-feira, 18 de junho de 2018

Contramão

O peso de ser nada
No pensamento
E no coração de alguém amado
Equivale à pena de ser aço
Em uma âncora perdida
Num deserto
De ondas petrificadas.
Queira a alma do navegante
O abraço afetuoso
Dos ventos cálidos de agosto
E a brisa sedutora de seu hálito.
Inútil é sonhar alegrias
Com o coração em pedaços.
Da confiança rompem-se os cordames
E já o amor naufraga
Bem antes do primeiro beijo
No porto frágil de esperança.
O que há de consolo neste molhe
É aquela vaga lembrança
O sutil toque de mãos
Num incidente casual
De quem na vida
Anda sempre na contramão
Da arisca felicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O próximo livro do escritor e poeta Antonio P. Pacheco já está no prelo. O autor foi contemplado pelo edital Paulo Gustavo da Secretaria d...